FOTÓGRAFO DE
ARQUITETURA

IVO TAVARES
STUDIO

Escola Kapalanga

Kapalanga School

Escola Kapalanga do atelier de arquitetura Paulo Moreira Architectures com fotografia Ivo Tavares
A requalificação da Escola de Kapalanga, levada a cabo pelo arquitecto Paulo moreira e pelo atelier PARQ arquitectos, reforça o compromisso com a sustentabilidade e adaptação à realidade local. As suas paredes avermelhadas, ecoando a própria terra que a sustenta, conferem-lhe uma textura que une os vários volumes com o terreno e o seu envolvente.
The redevelopment of Kapalanga School, carried out by architect Paulo Moreira and PARQ Architects studio, reinforces the commitment to sustainability and adaptation to the local reality. Its reddish walls, echoing the very earth that sustains it, give it a texture that unites the various volumes with the terrain and its surroundings.
Escola Kapalanga do atelier de arquitetura Paulo Moreira Architectures com fotografia Ivo Tavares

INFORMAÇÃO TÉCNICA / TECHNICAL INFORMATION

ATELIER DE ARQUITETURA / ARCHITECTURE OFFICE
ARQUITETO RESPONSÁVEL / MAIN ARCHITECT
Paulo Moreira, Pedro Nuno Ramalho e Luís Campos
COLABORAÇÃO / COLABORATION
Joana Venâncio e Sarah Biffa
LOCALIZAÇÃO / LOCATION
ANO DE CONCLUSÃO DA OBRA / YEAR OF CONCLUSION
ÁREA TOTAL CONSTRUÍDA (M2) / TOTAL AREA
560m2
FOTÓGRAFO / ARCHITECTURAL PHOTOGRAPHER

DESCRIÇÃO DO PROJETO / PROJECT DISCRIPTION

"Esta escola primária situa-se em Kapalanga, um bairro informal nas periferias de Luanda, capital de Angola. O projecto surgiu após um período prolongado de trabalho comunitário, envolvendo professores locais, moradores e a ONG APDES. Numa assembleia de representantes, ao perguntar-se qual seria a intervenção mais urgente no bairro, foi votada a decisão de melhorar esta escola, que se encontrava em estado problemático. O projecto consiste na requalificação de um edifício existente e na construção de novas salas-de-aula, instalações sanitárias e muro perimetral. A construção existente situa-se na zona central do terreno, é constituída por um alpendre frontal, dois pequenos gabinetes e três salas-de-aula. Propõe-se reabilitar estes espaços e substituír uma das paredes divisórias por uma parede amovível, por forma a transformar duas salas numa única sala de assembleia, destinada a encontros de alunos e reuniões comunitárias. As novas salas-de-aula dispõem-se ao longo do lado sul do terreno. Cada uma é um edifício independente, orientada na direcção dos ventos dominantes no terreno, permitindo que estes atravessem as salas. Isto permite optimizar a iluminação e a ventilação natural, bem como baixar significativamente a temperatura dentro das salas. Esta disposição permite também que o novo complexo se adeque volumetricamente à escala do contexto construído envolvente. Simultaneamente, cria-se um pátio exterior para cada sala, incentivando o usufruto dos espaços abertos para actividades lectivas. Reabilitou-se também um anexo existente num dos cantos do terreno, adaptado a gabinete de professores. Os arranjos exteriores procuram dar consistência aos usos prévios. As extensas sombras das árvores de grande porte na frente do terreno são usadas como lugar de encontro. Nas traseiras, uma superfície plana cimentada proporciona uma zona de recreio e de jogos. O projecto inclui novos sistemas de electricidade, canalização e saneamento. Novas instalações sanitárias e um fontenário à frente do edifício principal contribuem para fazer deste um lugar melhor para todos. Um muro perimetral perfurado confere maior segurança à escola, algo que anteriormente preocupava os encarregados de educação, professores e autoridades locais. O edifício é construído com materiais locais e trabalho manual. As soluções construtivas são simples e baratas, consistindo em paredes de estrutura porticada de betão com blocos de cimento e telhados com estruturas metálicas cobertas por chapas. Estas soluções adequam-se à realidade climática, bem como aos constrangimentos económicos e valores culturais. O reboco de acabamento dos muros consiste numa mistura de cimento com terra avermelhada do próprio terreno. Esta materialidade confere à escola uma aparência texturada, e cria uma forte ligação entre os vários volumes, o terreno e a zona envolvente. "

"This primary school is located in Kapalanga, an informal neighbourhood on the outskirts of Luanda, the capital of Angola. The project emerged from a prolonged period of community work involving local teachers, residents and an NGO. When asked which was the most urgent intervention required in the neighbourhood during an assembly meeting, community representatives voted to improve the hazardous conditions in an existing school. The project involves rehabilitating the school and building new classrooms, toilets and a perimeter fence. The existing building is located in the middle of the plot, and comprises a front porch, two small offices and three classrooms. The proposal consists of renovating these rooms and replacing one of the dividing walls with a movable wall, allowing two classrooms to be transformed into a single assembly hall, intended for student gatherings and community meetings. The new classrooms are arranged along the south side of the site. Each one is an independent building, facing the site’s prevailing winds, allowing them to flow through and around the classrooms. Natural light and ventilation are optimised, and the temperature is significantly lower inside the classrooms. This design allows the new complex to blend into the existing small-scale built context. Outdoor courtyards directly linked to each classroom are also created. A small building in the back corner of the site is retained and turned into a staff room. The landscaping attempts to consolidate existing uses. The broad shadows of the trees growing in front of the school are used as gathering places. At the back, a flat cement surface provides a good place for children to play games in. The project includes new electricity, water and sanitation systems. New toilet facilities and a fountain in front of the main building contribute to making this a better environment for everyone. A perforated perimeter wall increases the perception of security at the school, something that previously worried parents, teachers and local authorities. The building is made using local materials and manual labour. Building techniques are simple and cheap, consisting of concrete frame structures and cement blocks for the walls, and steel structures and corrugated metal sheets for the roofs. These solutions proved to be suitable for local climate conditions, as well as economic constraints and cultural values. The walls are finished with a type of plaster made from cement mixed with reddish earth from the ground. Its materiality gives the school a textured appearance and creates a strong link between the various buildings, the ground and the surrounding area. "